Mais de Três Mil Anos de Presença

Bloco de pedra antigo com inscrições hebraicas desgastadas pelo tempo, iluminado por luz dourada lateral sobre um fundo escuro.

Milhares de milhões de pessoas vão, dentro de dias, celebrar o nascimento de um judeu.

Um judeu nascido em Beit Leḥem (בית לחם), “Casa do Pão”, nome hebraico antigo, bíblico, anterior ao cristianismo e ao islão. Um lugar judeu, numa terra judaica, inscrito numa história judaica.

Esse judeu chama-se Yeshua, mais conhecido como Jesus.

E, ainda assim, há quem afirme com convicção militante que os judeus “não viviam ali” antes de 1948.

Isto não é ignorância histórica inocente. É mais profundo e mais inquietante. É a capacidade moderna de sustentar uma mentira ideológica mesmo quando ela entra em choque frontal com o próprio calendário que usamos para organizar o tempo.

Yeshua não nasceu num vácuo multicultural administrado por ONGs. Nasceu num mundo concreto, com um povo, uma língua, uma tradição, um território, memória e continuidade histórica. Negar isso não apaga Israel. Apenas denuncia a falência intelectual de quem já não distingue História de propaganda.

Quando uma narrativa precisa de amputar dois mil anos de realidade para sobreviver, o problema não está na História. Está na narrativa.

E quando alguém consegue celebrar o Natal enquanto nega a presença histórica dos judeus na Judeia, não estamos perante opinião política. Estamos perante dissociação cognitiva institucionalizada.

O Natal não celebra um símbolo abstracto nem uma metáfora moral. Celebra a Verdade a entrar no tempo. E o seu sentido espiritual original não é a agitação moral nem a histeria ideológica, mas a Paz de Deus, aquela que só existe quando a verdade é reconhecida, a realidade é integrada e a ordem não é negada.

Onde a verdade é recusada, a paz torna-se impossível. E tudo o que sobra é ruído.

Feliz Natal.